Assédio: 40% das mulheres acima de 16 anos sofreram algum
tipo de assédio, diz pesquisa Datafolha
Confira as dicas do psicanalista Rodrigo Buoro para vencer o
trauma de um abuso sexual
O levantamento do Datafolha apontou que 40% das mulheres
acima de 16 anos sofreram algum tipo de assédio, o que inclui receber
comentários desrespeitosos nas ruas (20,4 milhões de vítimas), sofrer assédio
físico em transporte público (5,2 milhões) e ou ser beijada ou agarrada sem
consentimento (2,2 milhões de mulheres).
Os assédios mais graves aconteceram entre adolescentes e
jovens de 16 a 24 anos e entre mulheres negras. Só entre as vítimas de
comentários desrespeitosos, 68% eram jovens e 42% mulheres negras. Já em
assédio físico em transporte público, 17% eram jovens e 12% negras.
E esse tipo e violência todo mundo percebe. Cerca de 66% dos
brasileiros presenciaram uma mulher sendo agredida fisicamente ou verbalmente
em 2016. “Muitos dos que sofreram abuso sexual mantém o segredo por anos, por
medo ou vergonha de buscar ajuda, e denunciar o agressor. A maioria das pessoas
acham que o agressor é sempre doente mentalmente, porém muitos dos
violentadores são pessoas que vivem normalmente na sociedade, pessoas que são
generosas justamente para não levantar suspeitas”, diz o psicanalista Rodrigo
Buoro.
A verdade é que o trauma deixa marcas profundas e a vítima
tem sua vida afetada completamente. Seguem algumas orientações do especialista
para superar o trauma:
- Nos casos com crianças vítimas de abuso sexual seja
efetiva, é importante trabalhar a criança e envolver a família nesse processo.
Faz-se necessário avaliar as condições físicas, emocionais e comportamentais
desencadeadas pelo abuso, além de observar o contexto familiar e social desta
criança, para que se possa fazer os encaminhamentos e procedimentos
necessários, visando garantir a segurança e o bem-estar físico e psíquico desta
criança.
- Muitas vítimas de estupro sofrem de Síndrome do Trauma de
Estupro, Transtorno de Estresse Pós-Traumático (TEPT), Transtorno
Obsessivo-Compulsivo (TOC), Transtorno Dissociativo de Identidade (TDI) e
transtornos alimentares, portanto, é altamente recomendado que você encontre um
terapeuta de longo prazo que seja especializado nessas áreas.
-Aceite sua limitação. Parece contraditório, mas, quanto
mais aceitarmos nossas limitações, mais libertos seremos delas. Isso porque não
nos pressionaremos tanto e as esquecemos por certos momentos – o que facilita e
muito a vida! Portanto, é possível que fique com algumas sequelas. Porém, com o
passar do tempo em que a vítima for submetido ao psicanalista,
a intensidade dos pensamentos diminuirá. Não deixe de investir em terapia, pois
tem uma carta muito pesada para ser levada sem ajuda profissional.
É algo necessário de conversar e saber que não podemos nos calar.
Beijinhos
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